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Opinião - Ainda dá tempo: vamos debater o futuro da nossa nação em 2022
13 de junho de 2022
Opinião - Ainda dá tempo: vamos debater o futuro da nossa nação em 2022

[*] Juliano Cesar Faria Souto


Em janeiro de 2022, meu amigo e competente jornalista Jozailto Lima me proporcionou expor, aqui neste mesmo espaço da Coluna Aparte, minhas preocupações através do texto “Tomemos as rédeas da nação e cuidemos das próximas gerações com escolhas racionais em 2022.

Agora estamos em julho, às vésperas das definições oficiais das candidaturas em todos os níveis, especialmente as de presidente República, senadores e deputados federais, que têm a missão principal de planejar, formatar e conduzir nossos destinos enquanto nação.

Mas, infelizmente, observo que estamos na mesma situação: os pré-candidatos mais bem posicionados nas pesquisas não demonstram quaisquer interesses de discutir os problemas do país, limitando a postagens rasas nas redes sociais sobre temas que lhes interessam, sem o devido contraditório, e a participação em alguns eventos com apoiadores ou midiáticos. Isso é pouco, ou quase nada.

Em minhas reflexões e leituras, deparei com textos muito bem elaborados por mestres como Armínio Fraga, como o “Candidatos, qual sua proposta para o Brasil?”, ou “Independência: Brasil independente encolhe em 200 anos e segue sem rumo”, escrito por Fernando Canzian.

Ou um belo exemplo no editorial do jornal Folha S. Paulo, edição dia 04.06, “Desprezo ao eleitor”, dos quais compartilho aqui um pequeno resumo de forma a que possamos reagir e sair desse ping-pong, desse extremismo entre direita e esquerda, tudo isso referendado por pesquisas que insistem em indicar a viabilidade de somente duas candidaturas que são bastante conhecidas e com resultados indesejados.

Fernando Canzian: “Os dois séculos como país independente foram marcados por uma economia fechada, patrimonialista e excessivamente dependente do Estado, o que nos levou a duas fases distintas: nos primeiros 160 anos, o Brasil foi uma nação emergente no cenário internacional, apresentando vigoroso crescimento populacional porém a situação no presente demonstra um quadro de estagnação que perdura há 40 anos.

A trajetória econômica do Brasil pós-Independência pode ser dividida em três grandes períodos: crescimento tímido e queda na renda per capita de 1822 a pouco depois da virada do século 20; taxas aceleradas daquele ponto até 1980; e quatro décadas seguintes, até os dias atuais, de crises e quase estagnação, com breve exceção de meados dos anos 2000 ao começo da década passada”.

Diz mais Canzian sobre população: “Entre 1822 e 1980, o país saltou de 4,7 milhões de habitantes para 121 milhões, com rápida transição, no século 20, do meio rural para as cidades.
PIB: No meio século entre 1930 e 1980, o crescimento médio anual do PIB brasileiro seria de 6%; o mundial, de 3,4%”.

Participação na economia global: de 0,3% em 1822 a um pico de 3,1% em 1980. O ponto é que nações bem mais pobres que o Brasil há algumas décadas, como China e Índia, têm progredido mais rapidamente - daí a perda relativa de participação brasileira na economia mundial, atualmente em 2.4%

Desde os anos 80, não há projeto de longo prazo e estão praticamente exauridas as condições demográficas que impulsionaram grande parte dos avanços no século 20”.  

Fazendo um paralelo entre o Brasil e a China nesse mesmo período podemos constatar que na China o cenário era de absoluto subdesenvolvimento, Deng liberalizou os mercados agrícolas, comércio e indústria das regiões costeiras, admitindo preços flexíveis e um grau de desinibição empresarial quase capitalista.

No Brasil fizemos a Glasnost (liberdade política) antes da Perestroika (liberdade econômica). Aliás, a liberação econômica nem foi bem feita ainda. E agora fica muito mais difícil.

Em outros lugares que viveram a mesma transição e começaram pela abertura econômica, as nações prosperaram e se tornaram verdadeiras democracias econômicas.

A China se tornou uma das mais abertas democracias econômicas. O ambiente de negócios é muito mais estimulante ao empreendedorismo do que no Brasil. Isso faz muita diferença.

O Brasil é o inverso. Somos uma democracia política há algum tempo e um dos países mais hostis ao empreendedorismo.

Em um período de 40 anos (1978-2018) a economia chinesa saiu de um PIB de US$ 150 bilhões para chegar a US$ 12,2 trilhões. No mesmo período, segundo o Banco Mundial, o Brasil saiu de US$ 200 bilhões para US$ 1,8 trilhão.

Portanto, vê-se claramente que uma verdadeira potência econômica deve incentivar os seus cidadãos a empreendedor e a inovar. Eles são o motor de uma nação.

Assim, torna- se urgente que a sociedade possa debater os grandes temas nacionais, tais como: 1) O respeito ao Estado de Direito e à democracia; 2) Um sistema político resiliente, que aprenda com erros e oriente a ação do Estado; 3) Instituições imparciais e eficientes; 4) Uma economia razoavelmente previsível e tranquila, capaz de lidar com os inevitáveis ciclos e crises do capitalismo; 5) Uma rede de proteção social robusta; 6) Foco em reduzir as desigualdades e viabilizar a mobilidade social e, 7) Foco na produtividade da economia.

Dito isto, torna-se imperioso que sejam promovidos amplos debates entre os atuais pré-candidatos neste 2022 sob pena de que nós eleitores tenhamos que, mais uma vez, votar por exclusão. Ou seja, escolher um por não gostar do outro.

O texto acima é minha livre interpretação dos artigos citados, portanto pode não refletir exatamente a mensagem dos autores ou entidades.  

Mas você pode acessar ao texto original em http://www.flaviorocha.com.br/china-o-salto-do-gigante/ 

 https://www1.folha.uol.com.br/colunas/arminio-fraga/2022/04/candidatos-qual-sua-proposta-para-o-brasil.shtml.

 https://www1.folha.uol.com.br/ilustrissima/2022/04/brasil-independente-encolhe-em-200-anos-e-segue-sem-rumo.shtml.   

https://jlpolitica.com.br/colunas/aparte/posts/equilibrio-financeiro-do-governo-de-aracaju-assegura-recursos-para-investimentos-em-2022-segundo-jeferson-passos/notas/opiniao-tomemos-as-redeas-da-nacao-e-cuidemos-das-proximas-geracoes-com-escolhas-racionais-em-2022.  

[*] É administrador de Empresas, graduado pela Faculdade de Administração de Brasília, com MBA em gestão empresarial pela Fundação Getúlio Vargas. Atua como sócio administrador da empresa Fasouto no setor atacadista, distribuidor e autosserviço. É líder empresarial, exercendo, atualmente, o cargo de vice-presidente da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores - ABAD.

Fonte: https://jlpolitica.com.br/coluna-aparte/laercio-oliveira-se-reune-com-presidente-da-petrobras-e-trata-da-nova-realidade-petrolifera-de-sergipe/notas/opiniao-ainda-da-tempo-vamos-debater-o-futuro-da-nossa-nacao-em-2022

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