Cultura Empresarial
Ao longo de nossa vida construímos relacionamentos e alguns deles se tornam amizades, face a intersecção de princípios e visão de futuro. Dentre algumas, que tenho a honra de construir, destaco meu amigo JORGE SANTANA com quem tenho o privilégio de compartilhar ideais. Faço esse preâmbulo para externar meu agradecimento pelo texto " Velhos economistas, novos truques " enviado pelo amigo citado.
Este texto , apesar de ser dirigido ao público norte americano , pareceu-me bastante pertinente ao momento que vivemos no Brasil onde , após 30 anos de uma visão macro econômica onde fundamentos inspirados em John Kenneth Galbraith foram aplicados ( vide o livro "conceito de poder compensatório" ) e agora tenta -se , ao meu ver , partir para um tipo de estratégia "atabalhoada", destruir o existente para reconstruir . É evidente que, especialmente no caso brasileiro , há de se buscar com urgência o equilíbrio fiscal , reduzir e o tamanho do estado de forma seletiva com foco nas áreas não prioritárias , garantir a eficácia e sustentabilidade das políticas públicas mas, o novo governo pode fazer isso sem esquecer que precisamos criar um crescimento verdadeiro e duradouro , infraestrutura, sistema educacional inclusivo , equânime e voltado para o século XXI e uma assistência médica satisfatória. Essas são coisas que o mercado privado tem pouco estímulo para resolver.
Galbraith certa vez colocou bem isso: "Reajo de forma pragmática. Onde o mercado funciona, sou favorável a isso. Onde o governo é necessário, sou favorável a isso. Tenho profunda desconfiança de alguém que diz 'Sou a favor da privatização', ou 'Sou profundamente a favor da propriedade pública'. Sou a favor do que quer que funcione no caso em questão".
Vejamos o caso da CHINA: nas décadas 50/60 estava na maioria dos indicadores econômicos e sociais muito atrás do BRASIL. O que vemos hoje? de que maneira poderíamos explicar a ascensão de China? Este país não apenas mostrou que o planejamento governamental e a competitividade econômica não apenas podem andar juntos como também que, na atual era de desestabilização e desigualdade gerados pela tecnologia, o apoio do setor público pode ser necessário para garantir a prosperidade do setor privado.
Está na hora de conservadores em matéria de política, neoliberais em matéria de economia, lideranças "de esquerda”, populistas, corporações públicas e privadas, empresários, jovens e estudantes entenderem que um projeto de nação torna-se fundamental para que possamos juntos almejar um futuro melhor para nossos netos.
Enfim, segundo o autor, deixemos de pressupor que os mercados sempre estão certos. Modernizemos nossas redes de proteção social, fiscalizemos a prática da concorrência e reinventemos nosso pacto social. Isso não é socialismo. É um capitalismo mais inteligente.
O resumo acima corresponde a minha livre interpretação do texto "Velhos economistas, novos truques” escrito por Rana Foroohar que é editora associada do Financial Times em Nova York (Tradução de Rachel Warszawski) e publicado no VALOR ECONÔMICO 04/06/2019, podendo ser refletir as ideias do autor.
* Estanciano, 54 anos, Administrador de empresas graduado de Faculdade de Administração de Brasília com MBA em gestão empresarial pela FGV. Atua como sócio Administrador da empresa FASOUTO no setor atacadista distribuidor e autosserviço. Líder empresarial exercendo, atualmente, o cargo de vice-presidente da ABAD - Associação Brasileira de Atacado e distribuidor